LAYTON & TAYLOR ARCHITECTS
O jogo nasce do desejo de aproximar tanto a administração pública quanto a sociedade civil dos desafios que enfrentamos nas cidades, principalmente os relacionados à primeira infância, de maneira lúdica e de fácil entendimento, facilitando os diálogos e tornando mais democráticas as decisões acerca do território.
As cidades, muitas vezes projetadas enquanto espaço para um cidadão padrão, apresentam multiplicidade de escalas, situações, atores, experiências, classes sociais e demais experiências que as tornam plurais, não apenas territorial e morfologicamente, mas levando em conta todas as características que as compõem. Sendo assim, as crianças devem ser amplamente consideradas nas decisões que as formarão enquanto pessoas e cidadãs autônomas.
Criança no Conde, PB
A proposta de jogo parte de soluções de desenho urbano baseadas em normas e conhecimento técnico, experiências empíricas vivenciadas no contexto brasileiro e das diretivas do Manifesto Urban 95 para a Primeira Infância, acreditando que a reunião desses diferentes eixos contribuirá para o estabelecimento de soluções que guiarão decisões próximas às diferentes realidades brasileiras.
O “Caderno de Ferramentas: soluções para de primeira infância em espaços públicos e modos ativos de deslocamento em Aracaju”, redigido em 2021 pela Lîla Coletiva, em parceria com o IAB e a FBvL, traz a metodologia de jogo que serviu de base para a que foi utilizada no jogo.
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Um jogo pode ser feito com cartas, dados coletados, estratégias, decisões, associações, tabuleiros, peças, corpo, entre outros elementos, mas ao ser codificado por um conjunto de regras, adquire um modo operacional de ação, um objetivo a cumprir e um tipo de relação entre os jogadores. São práticas especializadas que podem ser conectadas e realizadas em uma mesa, em uma casa ou em uma calçada.
A ação do jogo consiste em ativar diversos sujeitos a construírem, durante a associação de cartas, possibilidades de cenários urbanos. O jogo surge como um artefato que possibilita compartilhar os variados desejos, anseios e necessidades para a cidade, associando-os a possíveis soluções. Não existe vencedor! O que está em jogo é compor em coletivo as próprias criações, encontrar modos próprios, pertencentes à realidade local. O jogo é a autonomia de quem joga.
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